Cotas Raciais

16 de maio de 2012

    As cotas raciais são um modelo de ação afirmativa implantado em alguns países para amenizar desigualdades sociais, econômicas e educacionais entre raças. A primeira vez que essa medida foi tomada data de 1960, nos Estados Unidos, para diminuir a desigualdade socioeconômica entre brancos e negros.
    No Brasil, as cotas raciais ganharam visibilidade a partir dos anos 2000, quando universidades e órgãos públicos começaram a adotar tal medida em vestibulares e concursos. A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira instituição de ensino no Brasil a adotar o sistema de cotas raciais, em junho de 2004. De lá para cá o número de universidades que possuem ação afirmativa baseada em raças só aumentou e hoje já representa a maioria das universidades federais.
    O sistema de cotas raciais no Brasil não beneficia apenas os negros. Nas instituições públicas da Região Norte, por exemplo, é comum a reserva de vagas ou empregos para indígenas e seus descendentes. Algumas universidades também destinam parte de suas vagas para candidatos pardos. Independente do tipo de cota racial, para ser beneficiada a pessoa precisa assinar um termo autodeclarando sua raça e, às vezes, passar por uma entrevista. A subjetividade dessa entrevista é um dos pontos que mais geram discussão em relação às cotas raciais. Em 2007, gêmeos idênticos foram considerados de raças diferentes ao passarem por uma entrevista na UnB. Um pôde concorrer pelo sistema de cotas raciais, o outro não. Após repercussão do caso na mídia, a UnB voltou atrás e considerou os dois irmãos como sendo negros.
    O assunto é bastante polêmico e nada indica que um dia deixará de ser. O Brasil tem atualmente a segunda maior população negra do mundo (atrás apenas da Nigéria) e é inegável que o país tem uma dívida histórica com negros e indígenas. Por outro lado, as cotas raciais já prejudicaram várias pessoas que perderam vagas ou empregos para concorrentes com menor pontuação ou qualificação.

1 comentários:

Cineclube Maria Sena disse...

Olá,

Primeiramente queria parabenizar os alunos envolvidos no projeto. Pois, iniciativas assim valorizam o processo democrático e participativo, fazendo com que as pessoas possam participar dos assuntos de interesse coletivo, seja em uma visão regional ou nacional (micro e macro).

Bom, pelo que vejo na votação, a maioria (por enquanto) tem votado contra a ação de cotas para negros no ensino público universitário. O que é uma pena. Isso mostra o quanto as pessoas ainda estão desinformadas sobre o que é a "Política de Cotas". Pois, com o bombardeio de informações feito pela Mídia, na maioria das vezes manipuladora, e apoiadora das elites, são na maioria das vezes inverdades (como é o caso supracitado dos irmãos e a UnB, divulgado pela revista Veja, tratando-se de uma caso isolado). Fazendo com que a maioria das pessoas pensem que serão prejudicadas no acesso ao ensino público em algum momento de sua vida(ou seus filhos, netos), o que é uma besteira. A quem ache que esse tipo de política causa a divisão entre os grupos, tornando assim uma prática racista. Outra tolice.

Como o próprio nome diz, se trata de uma "ação afirmativa", ou seja, vem para afirmar o direito que a comunidade negra tem de acesso ao ensino público. Coisa que não ocorre de forma justa. Salvo alguns casos isolados de superação, mas que não devem ser vistos com maioria. Lembre-se que depois da dita "abolição", os negros foram jogados a própria sorte, não sendo criada nenhuma politica de inclusão na época. E disso surgiram os processos de favelização e excluídas dos benefícios das várias adaptações sanitárias e urbanas por que passou o país, e sem falar do problema deacesso à terra e da legalização das posses e propriedades fundiárias. A quem diga que o País tem uma dívida com a comunidade negra, a outros que defendem que a população dos dias de hoje, não pode pagar pelos erros do passado. Mas, nesse sentido pergunto, os problemas atuais não são frutos dos erros do passado? Realmente se manter no passado não é uma boa ideia. Porém, devemos sempre lembrar dessas atrocidades para, além de não ocorrer novamente, pensar em como trabalhar os problemas atuais, sejam eles estruturais ou psicológicos.

Por fim, quero destacar aqui que de acordo com dados do IBGE, 51% da população brasileira, é constituída por negros (pretos e pardos na classificação do IBGE) o que configura o Brasil como o segundo da maior em questão de população negra do mundo, apenas sendo superado pela Nigéria. E essa superioridade se configura apenas nos presidiários e favelas, e quando se fala de cargos políticos, cargos públicos e acesso ao ensino público eles são a minoria, não seria essa situação injusta?

Deixo a vocês o excelente texto de Luiz Felipe de Alencastro "Por que o Brasil precisa das cotas":
http://www.outraspalavras.net/2012/04/27/por-que-o-brasil-precisa-das-cotas/

Agradeço o espaço.

Sebastião Genelhú

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